Bandidos migram da Capital para o interior e causam terror em pequenas cidades no Ceará



Situação é registrada em Itarema, Paraipaba, Groaíras e cidades da Região Metropolitana de Fortaleza.
Cidades de pequeno porte do Ceará, que antes sequer apareciam no cotidiano do noticiário policial, atualmente sofrem com a migração de bandidos da Capital para o interior. 
Ameaçados por facções rivais, ou caçados pela Polícia, criminosos fogem para estes Municípios, onde acabam praticando crimes ou são encontrados pelo inimigos e mortos, elevando, assim, as estatísticas da criminalidade no Sertão e deixando a população dessa região amedrontada. Exemplo disso está acontecendo em Itarema, município de pouco mais de 37 mil habitantes, localizado no Litoral Oeste do estado (a 204Km de Fortaleza), onde neste mês, oito pessoas foram assassinadas, o que representa para a população uma onda de violência sem precedentes. Somente nesta semana, quatro pessoas foram assassinadas em dois dias. No ano, já são 17 Crimes Violentos, Letais e Intencionais (CVLIs) em Itarema. O mais recente caso ali ocorreu na noite da última quinta-feira (22), quando um corpo decapitado foi encontrado no bairro Lagamar, na periferia da cidade. Dois antes, um casal também foi executado a tiros dentro de casa e, 20 minutos depois, mais um morador teve morte semelhante. As três vítimas mortas na quinta-feira foram identificadas como Francisco Selve da Silva, sua companheira, Élida Coelho de Oliveira; além do vizinho, Francisco Rodolfo Carneiro. O corpo encontrado na quinta-feira, sem a cabeça, seria de um homem identificado apenas por Sérgio, que era irmão de Francisco Selve, conforme registros da Polícia. A motivação dos crimes em sequência em Itarema não foi ainda esclarecida. Já em Paraipaba (a 120Km de Fortaleza), a chegada de bandidos de facções, procedentes de Fortaleza, também produziu uma escalada da violência. No ano passado, mais de 20 assassinatos, incluindo uma chacina, foram registrados no Município litorâneo, até então, considerado um dos mais pacatos da região e com forte atrativo turístico em sua faixa de praias. Na pequena Groaíras, na Região Norte do estado (a 246Km de Fortaleza), os moradores já não sabem mais para quem apelar diante de uma onda de assaltos em veículos do transporte coletivo, em estabelecimentos comerciais e residências. Há duas semanas, um comerciante foi morto dentro do seu mercadinho durante um assalto. Criminosos que se instalaram ali recentemente – muitos são foragidos de Fortaleza e Sobral – implantaram uma onda de terror na pequena cidade. Em Municípios da Região Metropolitana a situação é a mesma. Delinquentes ameaçados de morte em Fortaleza, condenados pelo “tribunal do crime” das facções, ou que são caçados pela Polícia, se instalam em bairros da periferia. Passam a expulsar famílias de suas casas, a traficar drogas e praticar roubos. Não raro, acabam sendo encontrados pelos algozes da Capital, onde deixaram dívidas de drogas ou foram sentenciados à morte pelas facções. O fim é o mesmo: são assassinados. Pacajus é um exemplo disso. Do começo do ano até a última sexta-feira (23), 27 pessoas foram mortas em crimes de execução sumária. “A cidade está repleta de marginais de fora. São do Conjunto Palmeiras, do Barroso, do Conjunto João Paulo II e de outros bairros de Fortaleza. Vieram se esconder aqui. Eles expulsam as famílias das casas e apartamentos, passam a vender drogas e a assaltar e isso termina em muitas mortes”, afirma um policial militar pertencente à Companhia da PM responsável pela segurança do Município. No ano passado, 110 assassinatos ocorreram ali. Vizinho à Pacajus, a cidade de Horizonte padece da mesma situação. A migração de criminosos de Fortaleza já produziu uma sequência de morte nos primeiros três meses de 2018. Foram, pelo menos, 17 pessoas assassinadas. No ano passado, uma chacina deixou seis mortos no bairro Diadema II e o ano fechou com 85 homicídios. Próximos de Pacajus e Horizonte estão os Municípios de Chorozinho, Cascavel e Barreira que também registram aumento de assassinatos, roubos e tráfico de drogas com a migração dos criminosos da Capital e a instalação de “braços” das facções. Enquanto a violência cresce nas cidades interioranas e da zona metropolitana, a Secretaria da Segurança Pública comemora a queda dos índices de CVLIs na Capital. Na realidade, o crime apenas mudou de endereço.

FONTE: Ceará News7

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