Ex-padre preso por pedofilia já trocava mensagens com nova vítima

Ex-padre preso por pedofilia já trocava mensagens com nova vítima (Foto: Divulgação)Na casa do acusado foram encontrados e apreendidos objetos infantis e sacerdotais. (Foto: Divulgação)

Ex-padre preso por pedofilia já trocava mensagens com nova vítima.  
O ex-padre da Igreja Católica Dilermando Freitas de Lima, 48 anos, que foi preso por acusado de abusar sexualmente um coroinha de apenas nove anos, já estava se preparando para fazer mais uma vítima. 
De acordo com informações da Polícia Civil, após apreensão do computador e do celular do acusado, foram descobertas conversas com conteúdos pornográficos que ele mantinha atualmente com um adolescente de 17 anos. A polícia apreendeu ainda, na casa do ex-padre, objetos infantis e sacerdotais. 
Quando começou a abusar da criança de 9 anos, Dilermando Lima era padre da Igreja da Santíssima Trindade. Ele é acusado de ter abusado do garoto até seus 12 anos, quando o menino criou coragem para contar aos pais. Dilermando está preso e responde por estupro de vulnerável e por armazenamento de conteúdo pornográfico.  

         O ex-padre posando com máscara de onça (Foto: reprodução) 

As investigações foram comandadas pela delegada Márcia Goreti Thomé, da Delegacia do Propaz Integrado da Santa Casa de Misericórdia. Segundo ela, o caso começou há cerca de 11 anos. “Os pais confiavam no padre e, como a criança era coroinha, ao sair da igreja, o religioso oferecia carona para casa. 
No caminho, dentro do carro, ele abusava do garoto”, explicou a delegada. A vítima, em um primeiro momento, ficou muito assustada com a ação do padre, mas depois o adulto o foi convencendo de que não havia problema no assédio. 
 Com o decorrer do tempo, passou a levar o garoto a uma residência para praticar os atos libidinosos. O abuso só foi parar quando a vítima estava com doze anos e descobriu que o padre também fazia a mesma coisa com outras crianças e, então, contou aos pais. Em 2014, aos 16 anos, ele criou coragem para fazer a denúncia, na delegacia do ProPaz Integrado da Santa Casa de Misericórdia, mas a família desistiu de seguir em frente. 
O jovem continuou tendo assistência psicológica da equipe multidisciplinar do Propaz. Há três meses, já aos 20 anos de idade, ele resolveu reabrir o caso e dar prosseguimento à denúncia. Então, a equipe da delegada Márcia Goreti conseguiu reunir provas suficientes para obter em mãos um mandado de prisão preventiva e outro de busca e apreensão contra o ex-padre. Na manhã de ontem, então, os mandados foram cumpridos e Dilermando Freitas de Lima foi preso, dentro de sua própria casa, no bairro Distrito Industrial, em Ananindeua, onde ele fundou e mantinha desde 2010 a Igreja Ortodoxa da Amazônia. 


                                                                    (Foto: reprodução) 

AS PROVAS 
Dentre as provas recolhidas, estão laudos médicos que confirmam o abuso e ainda fotos que o próprio padre fez que mostram ele beijando o garoto e ainda da vítima na cama. 
Além do material apreendido pela polícia. Dilermando Lima saiu da Igreja Católica há oito anos, “depois de haver sofrido novas decepções e após uma longa reflexão. 
Decidiu partir para outra, assumindo definitivamente a fé ortodoxa. Dom Dilermando Freitas de Lima, como é chamado no século, adotou o nome eclesiástico de Aurelius Augustinus (Aurélio Agostinho)”, diz a página do religioso na internet. 
A Polícia ainda investiga em quais circunstâncias se deu essa mudança (se foi por expulsão, ou por vontade própria, por exemplo). Ao ser preso, ele declarou à Polícia que só se manifestará perante a Justiça e, segundo a delegada, “se manteve calmo e tranquilo quando foi anunciada a prisão”. A prisão do ex-padre faz parte da Operação “Sinos”, da Polícia Civil, que tem como intuito combater a pedofilia. “Faz referência aos sinos que batem para anunciar um novo tempo, em que as crianças estão mais protegidas”, diz a delegada Goreti. 
Já foi confirmado que pelo menos mais uma vítima teria sido feita na mesma época do jovem que hoje tem 20 anos. As investigações continuam para se chegar a essa segunda vítima e descobrir se outras crianças foram abusadas pelo padre.

 A IMPORTÂNCIA DA DENÚNCIA 

A psicóloga e coordenadora do Propaz Integrado da Santa Casa, Nayana Klautau, explica que geralmente a vítima tem sentimento de culpa e dificuldade para denunciar esse tipo de caso. “Pais devem estar atentos. 
Existem vários sintomas relacionados ao abuso que a vítima pode desenvolver mesmo anos depois, como a dificuldade de se relacionar, o isolamento social, ansiedade, distúrbio de sono e depressão, por exemplo”, informa.Por isso, é importante que converse com a criança ao suspeitar que há algo de errado e fazer a denúncia o quanto antes. 

 (Alice Martins Morais/Diário do Pará)

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